Um lobo, que estava sendo ferozmente perseguido por homens e cães, saiu da floresta.
Quase desfalecendo, porque correra muito, e morrendo de medo, entrou numa aldeia onde viu um gato sentado numa cerca.
- Gato! - disse o lobo - diga-me depressa qual o homem mais bondoso deste lugar, que esteja pronto a esconder-me dos homens e dos cães que me estão perseguindo.
- Aqui não há homem algum mais caridoso do que Estêvão. Peça que ele o esconda.
- Ah! Eu não posso procurar Estêvão - respondeu o lobo - porque na semana passada matei uma das suas ovelhas. Certamente ele não vai me ajudar.
- Naturalmente - disse o gato e acrescentou. - Bem, Ivan é também homem caridoso. Peça a ele que o oculte.
- Não, eu não posso procurar Ivan. Eu comi um de seus cabritinhos, não faz muito tempo. Ele não me ajudará.
- Então - disse o gato - você pode procurar o Pedro.
- Pedro! - exclamou o lobo. - Ele me dará um tiro. No mês passado comi um dos carneiros dele!
- Vai tudo mal - disse o gato. - O único outro homem que deve estar em casa neste momento é Klin. Talvez o esconda.
- Não! - gritou o lobo. - Ele nunca me perdoou, porque, na primavera passada, roubei-lhe um bezerro. Pense depressa em algum outro. Depressa! Depressa! Os cães já vêm chegando!
- Não há nenhum outro - disse o gato. - Você ofendeu todos os homens deste lugar. Ninguém o ajudará. Se os caçadores o apanharem, azar seu! Para ter amigos é preciso também ser amigo...
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